Recentemente estive na cidade de Ilhéus para conferir o Festival Internacional de chocolate. Nas horas vagas pude conhecer um pouco mais desta cidadezinha acolhedora e lotada de gente sorridente. Em uma destas andanças, é claro que não poderíamos deixar visitar o famoso “Bordel” da cidade!
Quem nunca leu Jorge Amado ou ouviu histórias dos grandes coronéis de cacau da famosa cidade baiana, que me desculpem, então você meu caro, desconhece uma das épocas mais fascinantes do nosso país! A cidade além de ter sido o primeiro produtor de cacau do mundo e principal cenário dos romances do escritor baiano….foi também cenário, onde se fundou um dos cabarets mais conhecidos até hoje do Nordeste; o Bataclan!
Neste lugar os visitantes irão se deparar com muitas histórias envolventes dos coronéis do cacau….Atualmente o local é um grande centro cultural; museu, palco de musica e teatro, além disso, também oferece uma sofisticada gastronomia baiana.
O prédio histórico foi fundado em 1864 e por ali passaram muitas dançarinas, mágicos e também aventureiros para divertir as pessoas que possuíam dinheiro. Pelos ambientes chiquérrimos do antigo cabaré/cassino ainda é possível reviver a história de Maria Machadão, sua fundadora.
Percorri cada canto e em alguns momentos pude sentir toda a energia que por ali habita há décadas. Também foi quase possível visualizar a diversão das pessoas que por ali se encontravam todas as noites. Uma sugestão; não deixe de visitar o segundo andar, onde possui uma pequena galeria e o “quarto” de Maria Machadão, que foi reeditado com móveis da época….um luxo!
Se estiver em Ilhéus, não deixe de entrar nesta casa e percorrer cada canto, e se integrar a história de uma região..para mim o Bataclan é um patrimônio que se identifica com a saga do cacau…parte viva de uma história que de certa forma é nossa…..com a vantagem que agora nós pobres mortais podemos usufruir, festejar e porque não se sentir protagonistas de um dos romances do escritor baiano…..
Viva a Bahia!
Créditos Imagens: Roberto Salgado
1 comentário
Manuela · 15 de novembro de 2014 às 8:31
Querida, conhecia a história do bataclan, mas sinceramente não acho isso uma grande parte da história brasileira, acho isso uma parte vergonhosa da história; e me ponho a imaginar, como um país com tanta história de amor e solidariedade como a irmã Dulce, de coragem como o corneteiro Lopes; as maldades e desigualdades dos coronéis do cacau aliadas as suas traições às suas respectivas esposas e mulheres que nada mais fizeram pelo nossa sociedade a não ser espalhar a ideia de que a prostituição é um meio bem viável e feliz de se viver(o que claramente é mentira, senão nós iríamos desejar esse futuro para nossas filhas) seja a grande demonstração daquilo que você e tantos outros consideram a cultura brasileira. Espero que num país onde a cultura é só idealização de um futuro que na verdade ainda não existe, possa criar novas histórias das quais realmente possamos nos orgulhar.